sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

EM SEUS PASSOS O QUE FARIA JESUS? #1: A voz do povo


Esse texto é o primeiro de uma pequena série baseada no livro “Em seus passos o que faria Jesus?”, de Charles Sheldon.


Definitivamente, sabemos que a voz do povo não é a voz de Deus. Contrariamos esse famoso ditado com muita facilidade quando olhamos para a realidade. Mas é engraçado como somos contraditórios, mesmo sabendo disso somos muito tentados a sermos influenciados pela voz do povo, pois parece que algo em nosso subconsciente diz que é uma voz muito importante para agradarmos.

Estou lendo um livro muito famoso chamado “Em seus passos o que faria Jesus?”, decidi fazer uma pequena série baseada em alguns temas levantados ao longo do texto. E o primeiro deles tem tudo a ver com o que abordei acima. [Fique tranquilo você que ainda não leu o livro, não darei grandes spoilers]. Uma jovem muito rica chamada Virginia vivia em uma grande mansão juntamente com sua avó e seu irmão. Num dado momento, Virginia tem um encontro transformador com Jesus e essa experiência a impulsiona a levar uma moradora de rua, que estava perdida no vício do álcool, a ficar em sua mansão. Sua vó, não convertida, não gosta da ideia e, no meio da discussão com sua avó, Virginia diz o seguinte:

“Neste caso, terei de agir segundo acredito que Jesus faria se estivesse em meu lugar. Estou disposta a suportar tudo o que a sociedade possa dizer ou fazer. A sociedade não é o meu Deus!”

            Virginia rejeita a voz do povo para fazer o que Jesus faria. Essa fala de Virginia me fez pausar a leitura e refletir um pouco sobre o peso que damos ao que os outros dizem. Quando lemos os textos bíblicos em Lucas 18.35-43 e Lucas 19.1-10, podemos notar um contraste que o Evangelho faz questão de nos apontar. Primeiro temos o relato da conversão de um mendigo cego e em seguida temos o relato da conversão de um chefe de cobradores de impostos rico. Em ambos os relatos os homens encontram com Jesus e se convertem de seus maus caminhos, mas o que me chama a atenção está na reação do povo que assistia ambos os casos. No primeiro há muito louvor e alegria (18.43), já no segundo há murmuração e queixa (19.7).

            A voz da multidão é seletiva e injusta, Jesus tem essa marca de desmascarar nossas hipocrisias e no fazer mudar a rota que damos a nossa vida. Assim como aquele povo, nós também temos nossas reservas de hipocrisia e precisamos desfazer delas o mais rápido possível. Temos visto alguns acontecimentos recentes que devem fazer qualquer cristão parar e pensar um pouco sobre qual tem sido sua postura. A guerra política que se estabeleceu no meio do nosso povo não pode se tornar pedra de tropeço para nossa caminhada. Não podemos ser seletivos em nossa luta contra injustiça e o pecado. Tivemos essa semana dois casos que se tornam emblemáticos nesse sentido, a ameaça de morte de um candidato de esquerda e um relato de abuso vivido por uma ministra do governo de direita. As reações de deboche e ironia de ambos os lados são assustadoras.

            Diante disso o que faria Jesus? No texto bíblico Jesus exorta a multidão dizendo que Zaqueu não era menos digno de ser salvo por ser quem ele era, pois, o Filho do homem veio para salvar o perdido (19.10). A voz do povo não é a voz de Deus, a sociedade não é nosso Deus. O cristão é chamado para fazer a diferença, pague o preço que tiver de pagar e seja chamado dos mais baixos nomes, mas nunca negocie sua integridade e autenticidade como seguidor de Jesus Cristo. Jesus se compadeceu tanto do mendigo cego quanto do chefe dos cobradores de impostos rico. Entre a voz do povo e a ação de Jesus, você já sabe o que tem que escolher.


Clayton Silva Senziani

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