Texto: Marcos 5.25-34
O relato da cura da mulher com fluxo de sangue
é, com certeza, um dos relatos mais marcantes das curas de Jesus. De um lado
temos Jesus, o Cristo, rodeado por uma multidão de pessoas que o seguiam (Mc
5.31), do outro temos uma mulher impura aos olhos da religião e ninguém poderia
toca-la, pois também seria considerado impuro (Lv 15.25-27). Uma mulher que
vivia deixada de lado há doze anos, que passou pela mão de vários médicos
gastando tudo que possuía e vendo sua saúde ficando cada vez pior... DOZE ANOS
nessa situação...
Não quero
focalizar na doença e no milagre, mas sim na aproximação de Jesus para com
aquela mulher. As mulheres na cultura judaica não tinham sua devida
valorização, mas eram consideradas impuras por conta de sua menstruação e
também por carregarem crianças (pois as crianças também eram consideradas
impuras até determinada idade por conta do contato que tinham com a mãe em seu
período menstrual), são as mulheres que Jesus trouxe para perto de si. Ele
resgata e restaura a importância da mulher no estabelecimento do Reino de Deus.[1] Ao
ser tocado por uma mulher impura, Jesus passaria a ser considerado como tal se
os doutores da Lei soubessem do ocorrido, portanto, ele poderia ter mantido
segredo ao ser tocado por aquela mulher, afinal de contas, o milagre já estava
feito! Mas ele não agiu dessa forma. Ao contrário, Jesus faz questão de tornar
público que aquela mulher o encostou, Jesus valoriza publicamente aquela que
estava acostumada a ser jogada de canto pela sociedade e pelos religiosos.
Somos
cristãos, devemos ser como Cristo. Em tempos onde a mulher ainda é
desvalorizada por diferentes meios (músicas, relações profissionais,
conjugais...) devemos agir de forma profética, denunciando esse erro por meio
de atitudes contrárias. Devemos ser diferentes, valorizar essas que são maioria
em grande parte de nossas igrejas. Que as mulheres possam encontrar todo amor e
cuidado que merecem em nossas igrejas!
Deus abençoe ricamente nossas amadas irmãs!
Texto
dedicado especialmente às minhas amadas mãe e noiva.
Clayton
Silva Senziani