segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A igreja e o zelo com os pequeninos

Texto: Mateus 18.1-14

Uma fala direta e até dura. Jesus não poupa sentimentos para mostrar o quão importantes são as crianças e como devem ser tratadas de forma digna, com muito cuidado para que não se percam. O texto de Mateus 18 é um texto muito conhecido em nossas igrejas e também um texto que gera desafios para a igreja: como inserir a criança no ambiente cúltico? Como deve ser o cuidado no dia a dia da igreja com relação a elas?
Falar de crianças após ler este texto tende a se tornar uma tarefa muito agradável (pelo menos para mim), pois me faz refletir o quão especiais elas são, na pureza, na sinceridade... É muito difícil não se deixar envolver na alegria de ver uma criancinha rindo, brincando alegremente, aprendendo a engatinhar, aprendendo a andar, se embolando com as palavras que ainda não aprenderam a falar direito, isso tudo alegra muito o ambiente. Enfim, falar de criança gera esse sentimento de satisfação. Mas também existem os casos de crianças com atitudes nada graciosas e que merecem correção. Uma cena que eu, particularmente,  acho muito feia é de criança pirracenta, é muito incômodo. Assim como vários outros exemplos que podem ser dados. Mas fato é que devemos cuidar delas para que não se percam (v.14).
Falar de crianças após ler este texto pode ter essa conotação agradável como dito anteriormente,  mas também precisa gerar em nós uma reflexão profunda acerca de como elas têm sido tratadas no contexto onde estamos inseridos. O pastor Ariovaldo Ramos, em seu livro "A Ação da Igreja na Cidade", dá um exemplo muito forte comparando esse relato de Jesus colocando uma criança no centro, propondo porém a imaginarmos que aquela criança seja uma das crianças que estamos habituados a ver entregues ao abandono na Praça da Sé, em São Paulo. Jesus poderia apresentá-la como um símbolo do que há de melhor na humanidade? Infelizmente não,  pois a sociedade brasileira tem descaracterizado suas crianças,  tranformando-as em símbolo daquilo que há de pior. Isso é muito duro, gera um peso de responsabilidade muito grande. Que tipo de ações temos prestados em prol de ajudar nossas crianças?  Devemos carregar vivas em nossas mentes as palavras de Jesus, de que "ai daquele por quem o escândalo vem". Não devemos escolher a omissão, no que tange ao cuidado a esses pequeninos. Jesus usa ainda outro exemplo cofrontador, apresentado no versículo 6,  de que melhor é amarrar uma grande pedra (mó de azenha) e se jogar nas profundezas do mar do que escandalizar qualquer um dos pequeninos.
Devemos compreender o tamanho amor que Deus tem pelas criancinhas,  devemos amá-las com toda intensidade. Uma igreja que cuida de suas crianças é uma igreja que agrada (e muito) o coração de Deus. E em especial,  nós metodistas,  temos o exemplo em nossa história. John Wesley se dedicava em seus trabalhos com as crianças, fundando escolas e orfanatos, para que todas as crianças,  principalmente as mais pobres, pudessem ser cuidadas e instruídas. É interessante que as escolas eram criadas no intuito de alfabetizá-las longe das práticas pagãs. Eram ensinadas a ler, escrever e contar, antes e depois das aulas também eram catequizadas.
Exemplos então não nos faltam, independente de sermos metodistas, batistas, presbiterianos, assembleianos, católicos... Cuidar das crianças é uma missão para todos nós. Que possamos cumpri-la com muito temor, zelo e amor. Deus nos abençoe!


Clayton Senziani