quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Mas o justo viverá pela fé



Primeiramente, um feliz dia da Reforma Protestante para você! Eu como metodista me sinto honrado pelo legado recebido da Reforma. Gostaria de, nesta reflexão, te levar a pensar um pouco sobre uma experiência vivida pelo personagem mais lembrado neste dia. Falo sobre Martinho Lutero e sua experiência com a graça de Deus, o momento em que seus olhos e coração foram abertos para ela.

Ao se tornar um sacerdote, Lutero falou sobre a honra que sentia por oferecer Cristo para as pessoas, porém, a responsabilidade era tão grande que aquilo começou a gerar um grande peso em seu coração. Lutero começou a se considerar incapaz de exercer seu sacerdócio, devido ao forte incômodo com seus próprios pecados. Cada vez mais que os confessava, mais se sentia em dívida com Deus. Então ele foi orientado por seu conselheiro espiritual a ler as obras dos místicos e foi o que ele fez. Esses místicos diziam que “bastava amar a Deus, visto que tudo mais era consequência do seu amor”. De início aquilo lhe confortou, mas logo em seguida ele caiu em mais um dilema: “como amar esse Deus que queria condená-lo?”.

Lutero só encontrou a resposta para sair dessa crise quando passou a dirigir cursos sobre as Escrituras na universidade de Wittenberg. Ali, enquanto se preparava para dar conferências sobre a epístola de Romanos, Lutero se viu confrontado com o texto do capítulo 1, versículo 17: “Porque no evangelho se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé”. Lutero tinha repulsa pela expressão “justiça de Deus”, pois ela o levava àquele sentimento ruim que o acompanhava, pois ele entendia essa justiça como algo que o condenaria porque ele não conseguiria nunca cumprir aquilo que Deus esperava dele.

Foi então que Lutero chegou ao entendimento dessa passagem: “A ‘justiça de Deus’ não se refere aqui, como pensa a teologia tradicional, ao fato de que Deus castigue aos pecadores. Refere-se, sim, que a ‘justiça’ do justo não é obra sua, mas dom de Deus. A ‘justiça de Deus’ é a que tem quem vive pela fé, não porque seja de si mesmo justo, ou porque cumpra as exigências da justiça divina, mas porque Deus lhe dá esse dom. E, a partir de então, a frase ‘justiça de Deus’ não me encheu mais de ódio, mas se tornou indizivelmente doce em virtude de um grande amor”.

Esse é o amor do nosso Deus, por isso que nEle encontramos lugar de descanso para nossa alma e recebemos do seu jugo suave e fardo leve (Mateus 11.29-30). Definitivamente, viver pela fé em Jesus é ter vida de verdade!

Deus nos abençoe!

Clayton Silva Senziani

& Bibliografia:
A era dos reformadores” - Justo L. Gonzalez

Um comentário:

Deixe tua opinião registrada aqui