segunda-feira, 4 de maio de 2015

Uma escatologia que mova missões e missões movida por escatologia


“Fulano será o Anticristo!”, “A Besta vai se manifestar naquele país!”, “O arrebatamento virá em poucos anos!”. Você certamente já deve ter ouvido alguma dessas frases ou algo muito parecido quando o tema é escatologia. Escatologia é o estudo das últimas coisas, estudo que chama a atenção e cria expectativas, pois, de um modo geral, as pessoas possuem muitas curiosidades quando se trata do porvir. É comum vermos que se crie um alvoroço entre as pessoas, com muitas especulações, ideias, suposições, palpites... Mas conforme é bem colocado pelo teólogo Juan Stam: “De todas as disciplinas teológicas, a escatologia tem sido aquela em que mais se especulou e menos se respeitou o texto bíblico”.


            Dia após dia novidades aparecem e saltam aos nossos olhos. Uma catástrofe aqui e acolá, um estouro político em determinado país... Sempre que algo do tipo acontece, se levantam aqueles e aquelas que acabam dizendo que isso é mais um “sinal do fim”, é mais uma prova daquilo que afirmam estar relatado nas Escrituras.

            Quando falamos em escatologia vemos muito mais especulações e palpites do que um despertar missionário! A Bíblia nos mostra em 1Pedro 3.8-17 o que devemos fazer. Novamente citando o teólogo Juan Stam em seu livro “Profecia Bíblica e Missão da Igreja”, é inútil uma escatologia que não mova missões e missões que não mirem escatologia. É necessário que a ideia de um final nos mova para a vivência, para a prática da justiça, obras de amor. 

O ponto central da escatologia é o Reino de Deus! À partir do momento em que esse foco se perde, tendemos a seguir por caminhos perigosos. Se a escatologia não nos move para a ação, devemos fazer uma reavaliação de nossa vida cristã. Devemos ser impulsionados a viver conforme diz o texto bíblico: “Sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente, misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção” (1Pedro 3.8,9).

O intuito dessa breve reflexão é manter viva a ideia que não basta ficar apenas no campo da especulação, tentando adivinhar como as coisas se desenrolarão, mas que a escatologia deve impulsionar-nos para a missão, para a ação evangelística da qual fomos todos chamados. Mais do que discutir sobre missões, precisamos vivê-la. 

Clayton Senziani

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