“Os nécios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva a perdição.” (Provérbios 1.32)
No capítulo 4, Salomão faz uma advertência
com relação ao coração do homem, que deveria ser guardado pois “dele procedem as fontes da vida” (v.
23). No Antigo Testamento não se faz uma separação entre corpo e mente
(espírito), o coração é o centro da atividade intelectual do corpo, lugar do
intelecto, racionalidade[1]. Partindo
desse entendimento, podemos pensar no coração do homem como o filtro que
compreende se determinadas coisas são boas ou ruins. Se esse “filtro” estiver
bom, o homem conseguirá discernir o que é positivo ou negativo para sua vida.
O versículo dessa reflexão nos mostra que os
loucos são conduzidos à perdição por acreditar e entender que está tudo bem,
seu entendimento está cego, seu “filtro” não funciona como deveria. Quando a
sabedoria do Senhor não se faz presente em nossas vidas somos enganados pelas
condições exteriores da vida, aparentando que tudo está tudo bem enquanto, na
verdade, está longe disso. Talvez estejamos desempenhando boas ações em nossas
igrejas, tudo está sob o controle de nossas mãos no lar, no trabalho... mas
esse sentimento de segurança não passa de uma falsa impressão de bem-estar que
leva a perdição. O sentimento de segurança nos cega, em um mundo onde o sucesso
é tido como recompensa de Deus por uma vida reta, isso se torna um grande
desvio. Quando Davi mata o marido de Bate-Seba para tomá-la como esposa ele
continuou como rei de Israel, continuou com seu lugar de prestígio entre os
homens, mas seu coração estava tomado por maldade (2 Samuel 11). O sucesso e
bem-estar humanos não significavam a mesma coisa aos olhos do Senhor.
Que nossa oração seja pedir ao Senhor que nos
dê um coração sensível para entender Sua vontade, para que não caiamos no
engano da falsa segurança. A Palavra de Deus é luz aos nossos caminhos, para não
tropeçarmos no engano. Devemos vigiar para não perdermos, com o tempo, a nossa
sensibilidade para ouvir a voz de Deus, de não sermos guiados por nossas
próprias loucuras. “Mas o que me der
ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.” (Pv 1.33).
Clayton Silva Senziani
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